O Natal é uma das épocas mais importantes para os Católicos e para a cultura do mundo Ocidental. É o momento em que reunimos a família e decoramos a casa com a temática alusiva à época. Apesar das diferentes tradições e estilos, o Natal é para muitos sinónimos de mesa farta e reunião de família, pelo que a «mesa» assume, nesta quadra, o protagonismo.

Por ser um momento de convívio tão especial e aguardado por todos, é nesta época que se expõem as peças de maior valor e mais bonitas, que só utilizamos em momentos especiais, criando assim uma decoração mais clássica e requintada. No entanto, longe vão os tempos em que as mesas da consoada eram obrigatoriamente decoradas com peças faustosas, nas quais predominavam os dourados e os vermelhos. Hoje os critérios são cada vez menos rígidos e uma mesa bem bonita pode estar ao alcance de todos.

Ainda que seja importante manter o equilíbrio entre as paletas de cores e texturas da mesa e da restante decoração do espaço, incluindo a decoração Natalícia, também podemos utilizar cores e pormenores mais originais. Ao decorar a nossa mesa da consoada, devemos incluir os seguintes elementos: centros de mesa, velas, castiçais, argolas de guardanapos e marcadores de lugar.

No caso dos centros de mesa, podemos criar mesas orgânicas utilizando elementos naturais como por exemplo: madeira, musgo, líquenes, flores (leucadendron), frutos (romã, nozes, avelãs), folhas de eucalipto, ramos de oliveira, ramos de abeto, azevinho (Ilex aquifolium), ramos de videira (vides), pinhas, paus de canela e ramos de Ilex verticillata. Dependendo de cada sítio do país podemos variar consoante aquilo que podemos encontrar nas florestas, pinhais, e campos agrícolas. As velas são muito importantes e não devem ser esquecidas, pois dão um toque de magia e brilho.

Em relação às cores, as clássicas são o vermelho e o verde. O vermelho é uma cor quente que representa o amor e a alegria, características que prevalecem nesta data em que todos estão em comunhão, e o verde que representa a esperança. Também muito utilizadas nesta época são o branco (paz, pureza e união), o dourado e o prateado, que representam a sabedoria, e também o brilho das estrelas e do sol. No entanto, podemos também optar por outras cores, como por exemplo as cores neutras: bege, castanho e cinzento, que ficam sempre bem e conferem um ambiente requintado e diferente.

© Fotografias via rtp.pt

Além da decoração e destes pormenores estéticos, temos a parte funcional. Uma vez que estas refeições são compostas por um leque variado de pratos, e caso a mesa principal não tenha espaço suficiente, devemos salvaguardar a existência de um espaço de apoio para as travessas, etc., que pode ser um aparador, uma mesa mais pequena, etc…. A forma como a mesa é posta, tem também algumas regras. A «mesa formal» deve respeitar algumas regras:
–  Os pratos devem distanciar cerca de um centímetro da beira da mesa;
–  A ordem dos talheres segue a ordem em que se servem os pratos, no sentido de fora para dentro (entrada, sopa, peixe e carne);
–  Os copos são colocados do lado direito por cima dos talheres, seguindo a ordem em que os pratos são servidos. O copo de água é o mais alto, seguido do de vinho tinto e por fim o de vinho branco.

Se servirem Champanhe ou espumante, podem colocar a flute entre o copo de água e o de vinho tinto. O copo do aperitivo é o primeiro do lado direito. Caso queiram brindar com vinho do Porto no final da refeição, coloquem-no por trás do copo de vinho branco.
– O prato do pão deve ser colocado no lado superior esquerdo do prato, acima do guardanapo, com a faca da manteiga;
– A salada pode ser servida num prato com a forma de meia-lua ou num pequeno prato à esquerda do prato principal.

Autoria do projecto de decoração

Vera Quintas é Engenheira Agrónoma e Designer de Interiores
no Departamento de Projectos e Obras Exteriores do Horto do Campo Grande

© Companhia das Cores para Horto do Campo Grande